sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

TDAH o que é isso Educador ? Como lidar ? Tenho filho com TDAH, e agora ?

Hoje vejo o TDAH, como o maior desafio que podemos encontrar no âmbito escolar, nos ambientes sociais e no convívio familiar. Quem nunca ouviu a temida frase: O José vai estudar com você? Se prepara, ele é terrível ! Convidamos para a festa de aniversário da Maria, mas eu tenho até medo do que ele possa aprontar... Enfim, muitos são rotulados como mal educados, mimados e sem limites,porém, cabe a cada responsável esse olhar "diferenciado" do limite a dificuldade. A cada semana estarei postando dicas e material de apoio para crianças com Transtorno e Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH.
                                    (Sílvia Lima Neves Amaral )




O que é TDAH? É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Regras são necessárias

A neuropsiquiatra Evelyn Vinocur, especialista em TDAH, dá a seguinte recomendação: "Estabeleça regras de modo simples e específico e escreva-as em post-its que fiquem em locais de fácil visão para o seu filho". Você também pode pedir para que ele repita as instruções, de forma a fixá-las, mas sem esbravejar - sempre com paciência. 
Segundo o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, professor visitante do Departament of Special Education da Bridgewater State University, nos Estados Unidos, crianças com TDAH apresentam dificuldade em se organizar, são "esquecidas". "Devemos auxiliar com estratégias que prendam a atenção e as façam se lembrar de compromissos e regras", explica o médico. 

Reforço positivo

Gustavo Teixeira conta que elogios são bons exemplos de reforço positivo em casos de bons comportamentos: "Vamos lá", "você consegue", "parabéns", "bom trabalho". Fique atento a todas as oportunidades para elogiar sempre que ele fizer algo corretamente. "Mas tenha cuidado para não exagerar demais quando há pequenos acertos, pois ele vai perceber", comenta Evelyn Vinocur. Procure elogiar o que há de melhor na criança. 
Limite de críticas

Se não for possível elogiar o comportamento, dê um retorno mesmo assim - sempre por meio de um diálogo. Lembre-se de que isso não é um passe livre para criticar demais a criança, mas sim esclarecer o que seria mais apropriado e esperado dela naquele momento. "Criticar demais prejudica a autoestima da criança, que é ainda mais vulnerável por causa do TDAH", explica o psiquiatra infantil Gustavo. Cobre empenho e não resultados. 

Planeje as atividades

"Crianças com TDAH apresentam dificuldade em gerenciar o tempo e se organizar em qualquer atividade", explica Gustavo Teixeira. Por isso, ajude o seu filho a mudar de forma suave e gradativa, planejando com antecedência as atividades. Procure também preparar a criança para qualquer mudança que altere a sua rotina, como festas, mudanças de escola ou de residência.

Paciência e humor

É verdade que todos os pais precisam ter muita paciência e bom humor para educar os seus filhos, mas pais de crianças com TDAH precisam reforçar um pouco mais esse cuidado. Pode ser difícil entender algumas atitudes impulsivas da criança, que tende a agir e falar em alguns momentos sem pensar ou a não prestar atenção em assuntos importantes. "Com senso de humor e calma, você terá condições de evitar conflitos", sugere Evelyn Vinocur. 

Respeito e compreensão

"Tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que seu filho tem e não com uma falha de caráter", afirma Evelyn Vinocur. Espere que seu filho tenha dias bons e ruins, mas lembre-se de que culpar o seu filho, você ou seu companheiro não vai ajudar em nada. "Todos vocês estão juntos no mesmo barco e fazendo o melhor que podem", diz a neuropsiquiatria. 
Não se esqueça de que seu filho está tentando corresponder às expectativas, mas às vezes não consegue por conta das características do TDAH. Procure não desanimar diante dos obstáculos. Converse bastante com especialistas para se sentir melhor e mais seguro diante de suas atitudes com a criança.  

Seja objetivo


Mantenha limites claros e consistentes, olhando nos olhos da criança sempre que for falar e relembrando-os com frequência. "Não fale muito nem seja mole demais - responda com clareza a ação apropriada", sugere Evelyn Vinocur. Dessa forma, você facilita o entendimento e a compreensão das regras. 

Evite comparações

Se você tem mais de um filho, não faça comparações entre eles. "Cada criança tem suas facilidades ou dificuldades específicas e fazer comparações pode estimular a competição entre elas e prejudicar a autoestima", esclarece o psiquiatra infantil Gustavo.  

Saiba o que a criança está sentindo

Não sabe como? O diálogo é sempre o melhor caminho. "Conversar, explicar, orientar, apoiar e procurar entender as dificuldades da criança é fundamental para ajudar no desenvolvimento acadêmico e social", afirma Gustavo Teixeira. Nessas conversas, procure sempre perguntar do que a criança precisa e o que está achando das coisas. É claro que não vai dar para atender a todos os pedidos dela, mas é possível estabelecer acordos.  

Atividades sempre finalizadas

Ensine a criança a não interromper as atividades. O psicólogo clínico Ronaldo Ramos, diretor executivo da Associação Brasileira de TDAH, conta que a criança com a doença tem dificuldade de completar tarefas porque há outros estímulos dentro do ambiente que ela está que chamam a sua atenção, dificultando o foco. "Procure estabelecer um período certo para a tarefa que não seja muito prolongado, incluindo também alguns momentos de descanso entre uma atividade e outra", sugere o especialista. 

Quarto sem estímulos exagerados

O quarto não pode ser um lugar repleto de elementos que vão desviar o foco da criança, como brinquedos, pôsteres, etc. "Isso não quer dizer que não é possível decorar o ambiente do seu filho, mas sim que é preciso isolar alguns locais específicos", explica o psicólogo Ronaldo, que dá um exemplo: o canto onde a criança vai estudar precisa ser uma escrivaninha com poucos objetos em cima e sem muitos pôsteres na parede. "Esse cuidado é uma forma de melhorar o rendimento da atenção." 

Estimule a pratica de atividades físicas

A criança com TDAH que tem agitação psicomotora pode se beneficiar dos exercícios físicos. "É bom intercalar atividades mais calmas com atividade física, como forma de lazer e para gastar um pouco da energia e diminuir a agitação", explica Ronaldo Ramos. Mas é importante estabelecer regras: pode jogar futebol por uma hora, por exemplo, e não durante mais de quatro horas seguidas. "A criança pode não ter limites se gostar muito da atividade, a ponto de não se dedicar a outras atividades e ficar exausta", conta o psicólogo. 

Estimule amizades

É por meio do contato com outras crianças que o seu filho também irá aprender algumas regras de sociabilidade e estabelecer limites para suas atitudes. "As crianças hiperativas falam tudo o que vem à cabeça, sem filtrar, e podem se tornar desagradáveis nos relacionamentos", diz o psicólogo Ronaldo. "Já as crianças que são mais desatentas tendem a ser mais introspectivas, precisando de um estímulo para se relacionar." Procure sempre conversar com os professores da escola para saber como anda o convívio do seu filho com os colegas e o comportamento de todos. 

Estimule a independência

É nos pais que a criança com TDAH encontra um porto seguro que está sempre à disposição para ajudá-la a se organizar, a agir e a não perder o foco. "Não é errado, mas é preciso fazer com que ela aos poucos se lembre das regras e se organize sozinha", recomenda Ronaldo Ramos. 
AMOR, AMOR E MUITO AMOR!!! Essa última é a que eu mais acredito! 
Até a próxima!!!







quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A dica de hoje, é a leitura do livro: "Educação Infantil pra que te quero?"

EDUCAÇÃO INFANTIL: Do livro "Educação Infantil pra que te quero?"



Atualmente, é muito comum que os filhos fiquem em pré-escolas durante o horário de trabalho dos pais. Algumas crianças, como já acompanhei, permanecem ali durante as 12 horas de funcionamento. O que a escola deve proporcionar nesse tempo? Segundo os autores, é dever da escola educar e cuidar, ou seja, desenvolver o cognitivo e a psicomotricidade, sem fazer desse ensino um processo mecânico, sem afetividade, sem um olhar atento. Educar cuidando e cuidar educando. A escola não é aquele espaço onde a criança apenas aguarda o retorno os pais — ela deve visar o desenvolvimento global do aluno. Sendo assim, é necessário compreender cada estágio de desenvolvimento das crianças, traçar objetivos e auxiliar para que cada um alcance o seu, ao seu tempo. Cuidar é ter a sensibilidade de olhar para cada dificuldade, para cada sintoma de febre, fome, e outras tantas coisas comuns do cotidiano escolar. Educar e Cuidar são atos que devem respeitar a individualidade do aluno, reconhecendo-o como sujeito de direitos, como prevê a Lei.

 REFLEXÕES SOBRE O CUIDAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL O "cuidar" na Educação Infantil Relativas ao cotidiano escolar, a adaptação ao novo ambiente, relacionamento escola/pais, alimentação, uso de chupetas, choro, a tirada das fraldas, fazem parte do cuidar, do estar com olhar atento. Precisamos, enquanto responsáveis pelos pequenos, lembrar que cada um tem o seu ritmo de desenvolvimento, e que serão diferentes reações para as mesmas situações, caso contrário, podem resultar em experiências negativas que são desnecessárias, não é mesmo? O professor que trabalha com essa faixa etária precisa conhecer e estar atento as fases do desenvolvimento, pois as crianças crescem e evoluem muito rápido. São os 7 anos da vida em que mais desenvolvemos. Por isso faz-se necessária a compreensão dos estágios de desenvolvimento segundo Piaget, Vygotsky e Wallon. Estejamos preparados para ser responsáveis por crianças, no caso de doenças e acidentes comuns nessa faixa etária. Nesses momentos, o conhecimento a piori torna-se fundamental, principalmente com relação a prevenção. Ainda, ter claro conceitos de ambiente, higiene, sono e uso de medicações (o livro contém até um calendário de vacinas!). Temos uma bagagem cultural que nos diz, inconscientemente, que menino age de uma maneira e que meninas agem de outra, que boneca é brinquedo de menina e carrinhos, de meninos. Muitos professores não se dão conta quando chamam atenção das crianças por seus comportamentos, que são naturais e espontâneos, já rotulando e descarregando uma série de pré-conceitos culturais nos nossos pequenos. Meninos que brincam com bonecas podem ser grandes pais no futuro, ao invés de homossexuais, como alguns julgam. Vamos deixar nossas crianças livres desse tipo de pensamento e livres também para poderem fazer as suas escolhas.

 O "educar" na Educação Infantil : O livro traz uma série de dicas de atividades para organizar melhor o tempo e o espaço na educação infantil. Conforme cada faixa etária, as atividades são diferentes e o tempo em detrimento das mesmas também, e isso é sempre interessante analisar antes — por isso o planejamento. Quanto menor a criança, menor o tempo em atividades dirigidas e maior deve ser o tempo destinado ao brincar. Sobre a organização do espaço também ficam dicas de como melhor aproveitar o espaço externo e interno e as competências que podem ser desenvolvidas. Muitas vezes deixamos de nos questionar sobre o desenvolvimento da criança e na Páscoa, por exemplo, vamos presenteá-la com um livro (ou eleger um título para a hora do conto, na escola). Ótimo! Que criança não gosta de história? Porém, essa hora do conto pode ir por água abaixo se o livro escolhido não estiver de acordo com a faixa etária. Por isso, é necessária atenção. Vamos nos lembrar de acompanhar o processo de aquisição de conhecimentos, lembrar que as crianças não são um depósito que vamos despejando as informações. O desenvolvimento infantil requer calma e muito zelo. Vamos fazer do livro parte do dia a dia da criança! A hora do conto é o momento de formar os futuros leitores, e o ambiente desafiador do ponto de vista linguístico estimulará o interesse pela escrita. Achamos uma graça quando as crianças estão nos seus jogos espontâneos de faz-de-conta, imitando pais, professores, o apresentador da televisão, o personagem do desenho animado. Para elas, porém, além de ser prazeroso, é uma atitude séria. Através das brincadeiras e da imitação é que vão compreendendo o mundo em que vivem. Colocar o sapato da mãe é uma forma da menina se sentir integrante do mundo e aprender, se desenvolver. Através da brincadeira, o professor pode observar o que a criança carrega dentro de si, procurando descobrir quais são os desejos que ela representa enquanto brinca, e brincando, fazer as mediações, ajudando dessa forma na superação de si mesmo em busca do desenvolvimento. Compre o livro Educação Infantil, pra que te quero. Um capítulo que chamou muito a minha atenção foi sobre as práticas musicais. A falta de consciência quanto a nossa prática faz com que acabemos reproduzindo modelos que não estão de acordo com os objetivos que sonhamos alcançar. A simples repetição de ‘musiquinhas’ infantis, reproduzidas em datas comemorativas, não vai fazer com que a criança desenvolva aspectos da musicalidade. E música não é só cantar. É tocar, é pesquisar sons, é apreciar, é compor, por que não? É confeccionar instrumentos, é saber quem é o compositor. Dessa maneira, estamos contribuindo de fato em sua formação.

Rosana Gazola é formada em História e especialista em Música e Musicalidade. Dá aulas de Arte e História para Ensino Fundamental I e II em escolas de rede privada.